Não é por maldade

Que me perdoem os deuses, este jeito de ser
De ser o mau agouro das gentes
De ser do mundo sem ser mais que minha
De querer dar o que só a mim pertence
Perdoem-me os deuses a força fraca
De ser só ser translúcida, sem ser transparente
E por queimar as almas com gelo
Que já mais nada em mim ferve
Peço perdão pelas pontes e pelos muros
Que não cedem, são duros
E pela masmorra que construí
Peço aos deuses que me perdoem
Por errar pelo mundo inteiro
E me esquecer de ter medo
Porque eu não mereço castigo
Só por dizer a verdade
É que eu não pertenço a este mundo
Mas juro que não é por maldade

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